Por Willian Gomes. Hoje falaremos da lobeira ou fruta do lobo (Solanum lycocarpum), conhecida assim por ser o alimento preferido do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). A lobeira é uma espécie é endêmica do Cerrado, embora ocorra em outros biomas de forma domesticada. Está presente nas formações vegetais: Campestre, Savânica e Florestal.
A lobeira é muito usada em plantios de recuperação de áreas degradadas. Seus frutos apresentam propriedades nutritivas e farmacêuticas. O polvilho extraído do fruto é usado na medicina popular no controle de diabetes, obesidade e no combate à hepatite, asma e a tosse. O suco do fruto é utilizado para eliminação de verrugas, sendo usado de forma externa. A lobeira tem atividade vermífuga no lobo-guará, ajuda no combate a infestação de Dioctophyme renale, um verme renal letal, exigindo que os animais se alimentem de lobeira diariamente. Além do lobo-guará, a dispersão da lobeira é realizada pela a anta (Tapirus terrestris), cachorro do mato (Cerdocyon thous), raposas (Lycalopex vetulus) e lagarto teiú (Tupinambis merianae). A espécie frutifica durante o ano todo. A coleta de frutos deve ser realizada de frutos diretamente do solo. Os frutos da lobeira devem permanecer em sacos plástico, até a decomposição da polpa, para saber mais sobre o beneficiamento da lobeira assista esse vídeo. As sementes germinam em média 20 dias após a semeadura. Têm dormência física, que pode ser superada com escarificação mecânica. A taxa de germinação em geral é considerada boa (entre 50 e 80%). Apesar de suas sementes serem ortodoxas (suportam armazenamento), perdem a viabilidade totalmente após 18 meses. Contudo, podem permanecer por tempo indeterminado em câmara fria. Estudos indicam que as folhas da lobeira têm atividade alelopática e inibem o desenvolvimento de outras espécies. Entretanto, existem pesquisas demonstram que na ecologia a lobeira é considerada uma planta enfermeira. As plantas enfermeiras são facilitadoras no sistema, permitem que outras espécies se desenvolvam ao seu entorno, fornecendo condições favoráveis (como sombra ou umidade) para indivíduos de outras espécies. Espécies enfermeiras são prioritárias para serem usadas na recuperação de áreas degradadas. Conhecia a lobeira? Tem alguma informação interessante? Compartilhe conosco, deixe nos comentários. A VerdeNovo têm sementes de lobeira à pronta entrega, faça já sua encomenda por e-mail.
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Por Willian Gomes. Esta é a terceira vez que a campus party é sediada em Brasília. No último sábado, 22 de junho, a VerdeNovo participou de um painel sobre startups de impacto social e ambiental. O evento foi realizado no Estádio Nacional Mané Garrincha, no stand do governo do Distrito Federal (GDF). A VerdeNovo foi convidada pelo Presidente da Associação de Startups e Empreendedores Digitais (ASTEPS), Hugo Giallanza, para participar do painel. No momento, a VerdeNovo tem iniciado atividades com coletores de sementes de populações locais. Com o intuito de expandir a capacidade de coleta, e em contrapartida gerar renda alternativa para populações locais. Parte da discussão girou em torno da importância do modelo de negócios. No Brasil atualmente existem milhões de quilômetros quadrados que precisam ser recuperados, a maioria estratégias de recuperação de áreas degradadas adotadas, ainda envolvem majoritariamente o uso de mudas. O emprego de mudas pode encarecer a restauração de uma área de duas a três vezes, em comparação com o custo do uso de sementes. Algumas espécies como Baru e Caju por exemplo, têm sistemas radiculares sensíveis a repicagem e é preferível executar o plantio direto. O grande diferencial da VerdeNovo têm sido trabalhar com todos os extratos, sementes de árvores, arbustos, subarbustos e ervas. Ainda impera um olhar muito voltado para árvores, que precisa ser desmistificado. Em razão do grande passivo ambiental do Brasil, são necessárias toneladas de sementes, seja para fazer mudas ou para semeadura direta. Mesmo a VerdeNovo como uma das poucas empresas privadas do ramo, junto com ONGs (como a Rede de Sementes do Xingu e Rede de Sementes do Cerrado) e outras empresas não conseguiriam suprir essa demanda. Nesse cenário, surge a necessidade de se escalonar o processo de coleta de sementes, que seria possível por meio de parcerias com coletores locais. Um fato que não poderíamos deixar de mencionar é a força do empreendedorismo feminino, que tem ganhado cada vez mais espaço em eventos como este. As representantes das três empresas que participaram do painel eram mulheres. Além da VerdeNovo, integraram o painel as ONGs Pisco de Luz e Baleia Solidária. Para conhecer essas iniciativas basta clicar no nome dos projetos. E aí gostou da matéria? Conhece alguma ação social ou ambiental interessante que gostaria de compartilhar conosco? Deixe nos comentários. Abaixo tem um vídeo com um trecho da discussão. Por Willian Gomes. Não só de árvores e arbustos vive o Cerrado, existem ervas e subarbustos também. Estima-se que a diversidade de espécies herbáceas e subarbustivas seja de seis a sete vezes maior que a de árvores e arbustos. Hoje, falaremos sobre o capim-flechinha (Echinolaena inflexa). Esta erva está presente nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, sendo mais comumente encontrada no Cerrado. É endêmica da América do Sul, além do Brasil, ocorre na Bolívia, Colômbia e no norte do continente sul-americano.
O capim-flechinha pode ser usado para recuperar áreas degradadas. Estudos demonstram que o capim-flechinha, diferente de outras gramíneas nativas, tem capacidade de coexistir com o capim-gordura (Melinis minutiflora). Todavia, pode ser usado em áreas degradadas para competir com gramíneas exóticas invasoras. Outro aspecto que chama a atenção, diz respeito ao metabolismo da planta, C3 quando grande parte das gramíneas têm metabolismo C4. A espécie apresenta grande potencial para uso paisagístico. Devido à grande produção de biomassa, seu uso como forrageira vêm sendo investigado. Acredita-se que a planta possa ultrapassar os 100 cm de altura. É perene e armazena amido como principal carboidrato de reserva em seus órgãos vegetativos. Suas sementes são dispersas por aves e não têm dormência. A germinação ocorre, em média, 20 dias após a semeadura, com taxas inferiores a 50%. Pesquisas indicam que melhores taxas de germinação são encontradas, após um ano armazenamento das sementes, mas que decrescem drasticamente a partir do segundo ano de armazenamento. As sementes podem germinar em profundidades de até 5 cm no solo. As sementes de capim-flechinha parecem apresentar perda de viabilidade após eventos de fogo, comuns no Cerrado. Ademais, o estabelecimento por reprodução vegetativa em áreas queimadas é três vezes superior a germinação por sementes. Conhecia o capim-flechinha? Tem alguma informação interessante sobre a espécie? Deixe nos comentários! A verdenovo tem sementes de capim-flechinha à pronta entrega, solicite já no e-mail: consultoriaverdenovo@gmail.com Por Willian Gomes. Hoje 14 de junho, se completa 27 anos do encerramento da principal conferência sobre o meio ambiente já realizada, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Rio-92. O evento foi realizado entre 3 e 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, contou com a participação de mais de 100 chefes de estado. A conferência trouxe importantes contribuições para o meio ambiente materializada em documentos como a Carta da terra e a Agenda 21.
A Rio-92 foi convocada dois anos após a publicação do Relatório de Brundtland (elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela então Primeira-Ministra da Noruega, Gro Brundtland). Nessa época, o mundo passava por um período de transição, com o fim da Guerra Fria e a assinatura do Tratado de Maastrich, importante na formalização da União Europeia. Havia o entendimento que era preciso conciliar desenvolvimento socioeconômico e utilização dos recursos naturais. Por que o Brasil? A decisão de se realizar o evento em território tupiniquim não foi um mero acaso. O Brasil, tradicionalmente é um dos países mais atuantes dentro do sistema das Nações Unidas, ocupou posição de particular importância nas discussões sobre o meio ambiente desde o primeiro momento. Além disso, o Brasil é considerado o maior repositório de biodiversidade do planeta, em função de suas grandes reservas de recursos naturais. A Rio-92 deu continuidade a conferência de Estocolmo (1972). A Conferência de Estocolmo foi a primeira grande reunião organizada pelas ONU para debater questões ambientais. Nessa conferência foram delineadas as primeiras ações para proteção dos recursos naturais. Como a proposta de desenvolvimento pautada na harmonia com a natureza pensando na atual e nas futuras gerações. Essa proposta foi sugerida após o entendimento que, hipoteticamente, se todos os países alcançassem o padrão dos países ricos haveria escassez de recursos. A Rio-92 discutiu metas para reduzir a emissão de CO2 e parâmetros para proteção da biodiversidade. Durante a conferência, chegou-se à conclusão que para alcançar o desenvolvimento sustentável era preciso integrar os componentes ambiental, econômico e social. De acordo com o livro Estocolmo, Rio, Joanesburgo: O Brasil e as Três Conferências Ambientais das Nações Unidas, de André do Lago (2007), a conferência do Rio “consagrou o conceito de Desenvolvimento Sustentável”. Isso contribuiu para ampla conscientização dos danos ao meio ambiente causados majoritariamente por países desenvolvidos. Na Rio-92 ficou acordado que os países em desenvolvimento deveriam receber apoio financeiro e tecnológico para alcançarem o desenvolvimento de forma alternativa desde que fosse sustentável, inclusive com a redução das emissões de CO2 por combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral). O que envolvia o uso sustentável de florestas e a compensação (via royalties), para países pobres, pelo uso de seus recursos naturais. A Rio-92 abriu caminho para o Protocolo de Kyoto (1997), que tinha a premissa de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. A Rio-92 representou um marco para a conservação em escala mundial e merece nosso registro. A temática continuará em debate no nosso blog, nas próximas semanas faremos uma postagem sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Conhecia a Rio-92? Sabe alguma informação interessante sobre o evento? Faça um comentário! Por Willian Gomes. Hoje começamos aqui no blog uma iniciativa que partiu da nossa diretora executiva, Bárbara Pachêco, e que tem feito sucesso no Instagram. A proposta é apresentar informações interessantes e curiosidades sobre as espécies que a verdenovo coleta. A partir de hoje, faremos postagens sobre espécies da nossa lista.
Hoje falaremos do Ipê-verde (Cybistax antisyphilitica). A espécie pertence a um gênero diferente dos outros ipês, que são Handroanthus ou Tabebuia. O menos conhecido entre os ipês, pode ser encontrado em cinco biomas brasileiros, e não ocorre de forma natural apenas no Pampa. Esta espécie arbórea não é endêmica do Brasil, possui ocorrência confirmada na Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Peru e Suriname. A espécie é reconhecida por suas propriedades medicinais. Usada como anti-sifilítica, anti-inflamatória, depurativa do sangue, dentre outros. Possui atividade larvicida contra o mosquito Aedes aegypti. Sua madeira pode ser empregada na construção civil para obras internas, ripas, carpintaria e pasta celulósica. Têm potencial de uso para arborização urbana, devido ao seu formato de copa. O Ipê-verde é amplamente empregado em programas de revegetação em áreas degradadas. A espécie têm preferência por solos arenosos e pedregosos. A floração ocorre normalmente entre dezembro e março. É polinizada por abelhas. A dispersão do Ipê-verde ocorre pelo vento. As sementes não têm dormência e a germinação acontece entre 7 e 26 dias. Suas sementes são consideradas recalcitrantes, com período limitado de armazenamento em condições naturais, em média 30 dias. Alguns estudos demonstram que o acondicionamento das sementes em saco de papel kraft é possível mantendo a temperatura (de 2°C a 24°C) e umidade relativa (entre 3% e 56%). Nessas condições as sementes podem ser armazenadas por no mínimo 151 dias, garantindo a qualidade fisiológica. Para informações sobre o beneficiamento do Ipê-verde, clique aqui. Sabe alguma curiosidade sobre o Ipê-verde que não falamos? Faça um comentário! Temos sementes de Ipê-verde à pronta entrega. Encomende as suas através do nosso e-mail: consultoriaverdenovo@gmail.com Por Willian Gomes. Hoje, dia 5 de junho, comemora-se o dia internacional do meio ambiente. A data foi criada em 5 de junho de 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia internacional do meio ambiente que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Nesse período emergiu em todo planeta a preocupação com questões ambientais motivado pelo surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável.
A Conferência de Estocolmo foi percussora da ECO-92 realizada no Rio de Janeiro em 1992, no próximo dia 14 de junho trataremos com mais minúcia aqui no blog sobre a importância desse evento para conservação. A data foi criada com o intuito de estimular iniciativas individuais ou coletivas em defesa do meio ambiente. É um dia para repensar ações e desenvolver novos hábitos que devem fazer parte do cotidiano de todas as pessoas. As ações visam conscientizar a população dos problemas ambientais contemporâneos como aquecimento global, efeito estufa, mudanças climáticas, poluição do ar e água, desmatamento e desertificação. Esse ano a ONU promove a campanha RespireVida que visa mobilizar a população para reduzir o impacto da poluição do ar na saúde e no clima. A VerdeNovo apoia a iniciativa e por isso revemos nossos hábitos e atitudes para sermos melhores para o mundo! Por Willian Gomes Entre os dias 14 e 18 de maio foi realizada no Distrito Federal a maior feira agropecuária do Cerrado. A 12ª edição da Agrobrasília contou com cerca de 120 mil visitantes durante os cinco dias de exposição.
A VerdeNovo esteve presente no evento em parceria com o projeto Biomas da Embrapa, no stand “Recomposição da vegetação nativa do Cerrado”. O evento proporcionou a interação com o público diversificado que abrangeu curiosos, estudantes e produtores. Todos interessados na temática recomposição da vegetação nativa. Muitos produtores expressaram preocupação com o tema devido à obrigação legal (Lei 12.651/12) de recompor a reserva legal (RL) e recuperar as áreas de preservação permanente (APP’s). De modo geral, o entendimento de conservar a vegetação ripária para manutenção dos recursos hídricos, foi notório e também parece ser um fator relevante para realizar recomposição. Basta lembrar que a dois anos, Brasília passou pela pior crise hídrica de sua história. A VerdeNovo apresentou ao grande público a linha de sementes para paisagismo, fato que chamou à atenção de muitos que passaram pelo stand. Durante o evento, a empresa compartilhou conhecimento acerca de sementes nativas, desde informações sobre armazenamento de propágulos até estratégias para de quebra de dormência. O balanço que fica do evento, é que existe uma evidente conscientização dos produtores rurais. No entanto, é preciso fomentar e fortalecer a cadeia produtiva de sementes e mudas, para que as ações de recomposição sejam executadas na prática com sucesso. Por Willian Gomes A frase título do post é o slogan da VerdeNovo. Coletar sementes é o cerne da VerdeNovo. Trabalhar com sementes não é fácil, as dificuldades estão em cada fase da nossa atividade, desde a identificação das espécies em campo até a comercialização. Atualmente o comércio de sementes nativas da VerdeNovo atende a diversos públicos, como viveiristas, paisagistas, acadêmicos, consultores em restauração ecológica e demais interessados.
Na natureza as sementes têm papel fundamental na reprodução das plantas, estima-se que das mais de 12 mil espécies do Cerrado, pelo menos 80% se reproduzam por sementes. Sob a perspectiva humana, as sementes são fundamentais para nossa alimentação, pois compõem grande parte da dieta humana em todo mundo. As sementes possuem muitas particularidades, por exemplo a germinação, que pode ser imediata, mas também as sementes podem permanecer armazenadas no banco de sementes do solo aguardando o momento mais oportuno para germinar. As sementes nativas têm demonstrado grande potencial como fonte de renda financeira. Nós da VerdeNovo apostamos nesse potencial, pois acreditamos que o mercado de sementes e da restauração ecológica tem tudo para crescer e se consolidar nos próximos anos. Sementes podem ser encaradas como sinônimo de vida, a escassez delas no meio ambiente representaria um colapso sem precedentes na história da natureza. Como canta Rita Lee: "Se Deus quiser um dia eu viro semente, E quando a chuva molhar o jardim, ah, eu fico contente". Afinal, sem sementes não há vida! |
AutorWillian Gomes é o Diretor de Consultoria e Conhecimento da VerdeNovo. Arquivos
Setembro 2020
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Setembro 2020
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