Por Willian Gomes & Bárbara Pachêco. No último dia 11 de setembro foi celebrado o dia do Cerrado, fizemos um post aqui no blog para falar da data, não viu? Você pode conferir clicando aqui.
As comemorações se estendem durante a semana. Algumas instituições promovem eventos para falar sobre o Cerrado. No último dia 9 de setembro, a CEO da VerdeNovo, Bárbara Pachêco, foi convidada para falar na semana do Cerrado da Universidade de Brasília. Bárbara é ex-aluna do curso de Ciências Biológicas e contou um pouco da sua trajetória profissional, desde as primeiras experiências profissionais ainda na graduação, até os dias atuais como CEO da VerdeNovo. A palestra com o tema “Restauração ecológica e sementes nativas: bussiness vs. impactos positivos, é possível?” foi realizada no Instituto de Biologia da Universidade de Brasília. Cerca de 40 pessoas estiveram presentes, o público era bastante homogêneo, composto por estudantes de graduação em sua maioria do curso de Ciências Biológicas, além de empreendedores. A palestra abordou os desafios e oportunidades na área de conservação. Atualmente as empresas têm buscado cada vez mais a inclusão da responsabilidade social e ambiental em seus processos e produtos. Isso se deve especialmente à um consumidor cada vez mais exigente e consciente da importância dessas ações em prol de um mundo melhor. Essa iniciativa das organizações em oferecer produtos e serviços com essa pegada trouxe ao mercado uma onda de produtos e serviços sustentáveis sem precedentes na história da economia. Bárbara destaca que “a responsabilidade socioambiental deve estar enraizada na cultura organizacional da empresa”. Portanto, se a responsabilidade social e ambiental deve estar em todos os processos da empresa, a mudança deverá ser começar de dentro para fora. Algumas empresas, vão além e conseguem se adequar a um sistema de certificação, conhecido como Sistema B. Criado nos Estados Unidos, o Sistema B é um movimento global que visa redefinir o conceito de sucesso nos negócios e identificar empresas que utilizem seu poder no mercado para encontrar soluções para questões sociais e ambientais. O Brasil é o segundo país da América Latina com mais organizações certificadas no Sistema B, 129, destas 44 são da área de meio ambiente. O processo de certificação é rigoroso, as empresas assumem um compromisso de melhoria contínua e colocam o propósito de impactos positivos no cerne de seu modelo de negócio. As empresas devem responder um extenso questionário orgânico. Mesmo àquelas organizações que não conseguem a certificação num primeiro momento, tendem a realizar melhorias significativas em seus processos. Parcerias entre empresas e ONG’s podem ser ferramentas fundamentais na construção da responsabilidade social das empresas. Além disso, essas parcerias têm benefícios bilaterais, uma vez que, grande parte das empresas trazem pouco retorno para a sociedade enquanto as ONG’s têm muitas deficiências administrativas. Isso conduz a outro ponto de destaque da palestra, que foi sobre os setores da economia. O primeiro setor é composto pelo governo, o segundo setor pelas empresas privadas e o terceiro setor por ONG’s. No entanto, existem empresas com fins lucrativos que desenvolvem ações sociais e ambientais, essas organizações são chamadas de instituições dois e meio, ou seja, estão situadas entre o segundo e terceiro setor. No Brasil grande parte das instituições dois e meio são startups de impacto social e/ou ambiental. Existe um movimento local para que a legislação seja alterada, e as startups passem a ser consideradas como um novo formato jurídico de empresa. Atualmente as startups estão distribuídas em diferentes formatos jurídicos, desde microempreendedor individual (MEI) até sociedade anônima (SA) sem uma identidade própria. Por fim, cabe destacar aqui que Brasília vive um momento de profusão de eventos de tecnologia de impacto social e ambiental como a Campus Party em junho passado, inclusive a VerdeNovo esteve presente. E agora em setembro Brasília receberá o Empreendedoras Imparáveis e em outubro sediaremos o principal evento de inovação da América Latina o Innova Summit, além do Como Criar Sua Startup em Brasilia? Pergunte aos Líderes do Ecossistema. Ficamos por aqui, e aí gostou do texto? você tem alguma dúvida? Deixe nos comentários!
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Por Bárbara Pachêco, Simone Sousa & Willian Gomes. Hoje dia 11 de setembro se comemora o dia do Cerrado. A data foi criada em agosto de 2003 por meio de um decreto não numerado, do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto instituiu que o Dia Nacional do Cerrado passaria a ser comemorado no dia 11 de setembro de cada ano.
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul em extensão territorial, atrás apenas do bioma Amazônia. Abrange mais de 2 milhões de km² e ocupa aproximadamente 23% do território nacional, estando presente em 10 estados e no Distrito Federal. O bioma tem papel fundamental para a conservação da biodiversidade, estima-se que o Cerrado possa concentrar 5% da fauna mundial e cerca de um terço da fauna brasileira. O Cerrado possui a flora mais rica dentre as savanas do planeta, com mais de 12.000 espécies identificadas, destas 44% são endêmicas (ou seja, só ocorrem aqui). Apesar da sua grande biodiversidade, nas últimas décadas o Cerrado vem sofrendo com atividades antrópicas, como a conversão de áreas naturais para agricultura e pecuária. Essas ações levaram o bioma a perder cerca de 46% da sua cobertura original até 2013. Cabe destacar que historicamente o bioma têm taxas de desmatamento superiores às da floresta Amazônica, mas com esforço de conservação bem menor. Em razão da extensiva degradação, em 2000 o bioma passou a ser considerado uma das áreas prioritárias para conservação hotspot. Os hotspots são uma classificação criada pelo ecologista britânico Dr. Norman Myers e adotada pela IUCN para áreas vulneráveis que abrigam grande biodiversidade. Os critérios para enquadramento são possuir pelos menos 1.500 espécies de plantas vasculares endêmicas e perder pelo menos 70% de sua vegetação nativa primária (ou seja, deve ter menos de 30% de sua vegetação original). No Cerrado apenas 19,8% permanecem inalterados. Atualmente existem 36 hotspots espalhados pelo planeta, dois destes estão no Brasil, além do Cerrado a Mata Atlântica. A velocidade de degradação do Cerrado tem despertado grande interesse dos conservacionistas e pesquisadores, alguns cenários indicam que se as degradações continuarem no ritmo atual, o bioma pode desaparecer até 2030. Nesse sentido, esforços coletivos para restaurar ambientes degradados no bioma Cerrado têm sido cada vez mais frequentes. Essa crescente necessidade permite a criação de novos nichos como o que a VerdeNovo está inserida. Ademais, o Cerrado é considerado o berço das águas e a caixa d’água do Brasil. No bioma existem ambientes aquáticos, como nascentes, lagoas efêmeras e ambientes brejosos (buritizais e veredas), assim como rios e riachos, formadores das principais bacias hidrográficas do Brasil. As bacias dos rios São Francisco, Araguaia, Tocantins e Paraná (rio Prata) nascem no Cerrado. Essa abundância hídrica é fundamental no abastecimento humano, na geração de energia e na produção agrícola. Estima-se que o Cerrado seja responsável por 14% da capacidade hídrica brasileira. É fato que o Cerrado vem perdendo um pouco a cada dia, e pode chegar o dia que não teremos o que perder. Nós da VerdeNovo acreditamos que dia do Cerrado é todo dia e os esforços para preservar áreas naturais e recuperar áreas degradadas devem ser encorajados em todos os 365 dias do ano. |
AutorWillian Gomes é o Diretor de Consultoria e Conhecimento da VerdeNovo. Arquivos
Setembro 2020
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Setembro 2020
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